Projeções e expectativas para a economia brasileira em 2024
A Cartos consultou diferentes fontes e fez um levantamento das principais projeções e expectativas para a economia brasileira em 2024, com análises e opiniões importantes sobre o cenário que devemos ter no próximo ano.
World Economic Outlook
Segundo a publicação “World Economic Outlook”, divulgada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) no último dia 10/10, ainda em 2023 o Brasil deve se tornar a 9ª maior economia mundial.
Impulsionado pela agricultura e serviços, o país cresceu mais que o esperado este ano, levando o FMI a revisar o crescimento do PIB de** 2,1% para 3,1%**. Apesar disso, para 2024, o órgão prevê um cenário de leve desaceleração para o Brasil, com crescimento de 1,5% ao longo do ano e déficit primário de 0,2% do PIB. O FMI espera que o país coloque suas contas em dia e **entregue um superávit primário de 0,2% somente em 2025. **
Confira a seguir outras projeções, expectativas e a análise da Cartos para a economia brasileira em 2024.
Banco Mundial
De acordo com o relatório “Conectados: tecnologia digital para a inclusão e o crescimento” (divulgado no último dia 04/10), o Banco Mundial projeta que o PIB da América Latina e do Caribe cresça 2,3% em 2024.
Para o Brasil especificamente, a expectativa de crescimento no próximo ano é um pouco mais baixa em relação à média regional: 1,3%.
O Banco Mundial espera que, nos próximos 4 anos, ou seja, entre 2024 e 2028, o Brasil cresça entre 1,3% e 2,4%, desempenho abaixo de economias como a China, a Índia e a Turquia.
A instituição espera, por exemplo, que, só em 2024, o PIB da China cresça 4,4%; e o da Índia, 6,3%. A projeção de crescimento para o PIB da Turquia de 2024 a 2025 é uma média de 4,2%.
No “Diagnóstico Sistemático do País”, realizado em 2023, o Banco Mundial sugere que o Brasil ainda precisa vencer 4 grandes desafios para atingir um desenvolvimento satisfatório:
- Criar oportunidades para todos os brasileiros, com foco no crescimento impulsionado pela produtividade e em uma economia competitiva;
- Desenvolver uma estratégia centrada nas pessoas, que aumente a capacidade de geração de renda dos pobres;
- Destravar o potencial do país como economia verde;
- Financiar o crescimento inclusivo do país por meio de um marco sustentável baseado em gastos mais eficientes, impostos mais adequados e um regime fiscal sólido.
Banco Central e Instituições Financeiras
O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostra as expectativas da Instituições Financeiras para os principais indicadores econômicos do país. Na edição divulgada no último dia 13/11, a inflação projetada para 2024 é de 3,92%, e o crescimento do PIB para o mesmo período é de 1,5%. Para 2025 e 2026, a expectativa das Instituições Financeiras é de que o PIB cresça 1,93% e 2% respectivamente.
Ipea
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) prevê um crescimento de 2% para o PIB brasileiro em 2024, contra 3,3% em 2023 (dados de SET/23).
Para o Instituto, os componentes do PIB também devem sofrer desaceleração ano que vem, comparados a este ano.
Em 2023, o setor agropecuário cresceu 15,5%; em 2024, esse crescimento deve ser de apenas 0,4%. O setor de serviços enfrentará uma leve retração no próximo ano: em 2023, seu crescimento foi de 2,5%; em 2024, deve ser de 2,1%. A indústria verá um tímido avanço, com crescimento de 2% no ano que vem, aumento de 0,3 pontos percentuais em relação a este ano (1,7%).
Em 2024, tanto o consumo das famílias quanto o consumo do governo devem retrair: em 2023, o consumo das famílias cresceu 2,9%; ano que vem, deve crescer 2%; já o consumo do governo passará de um crescimento de 1,8% este ano para 1,4% no próximo.
As exportações de bens e serviços verão uma queda expressiva em seu crescimento, que passará de 8,5% em 2023 para 4,1% em 2024.
Por outro lado, o Ipea projeta uma alta significativa nas importações de bens e serviços para o próximo ano, saindo de um crescimento de apenas 0,5% em 2023 para 4,3% em 2024.
A FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), investimento corrente em ativos fixos, como construção, máquinas e equipamentos, também deve avançar de um crescimento de 2,1% este ano para 3% no próximo.
Orçamento de 2024
Apresentado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela Ministra do Planejamento, Simone Tebet, no último dia 31/08, o Orçamento de 2024 projeta crescimento de 2,26% do PIB para o ano vem.
Além disso, a previsão do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para a inflação no país em 2024 é de 3,3%, levemente acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
Sobre a Taxa Selic (juros básicos da economia), a proposta do Orçamento é de que ela feche 2024 com média de 9,8% ao ano.
Empresários
Em resposta à pesquisa realizada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil), 56% dos empresários entrevistados esperam crescimento nos negócios superior a 10% para 2024.
Mas, para os respondentes do levantamento, esse resultado positivo no ano que vem depende de alguns fatores, como estabilidade política (42%), avanço tecnológico (41%), redução de incertezas globais (40%), aumento de investimento em infraestrutura (38%) e aumento da renda dos consumidores (34%).
O relatório da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) já apontava um crescimento econômico acima da média para o Brasil em 2023, diante de uma desaceleração econômica mundial que já vinha desde 2022 (baixa de 3%, que foi para 2,4% este ano).
Todos os dados levam a crer que, em 2024, o Brasil finalmente passará por uma desaceleração semelhante à do resto do mundo, devido sobretudo à baixa nas exportações, como vimos. Entretanto, isso não significa que nossa economia ficará estagnada, o mercado seguirá em movimento, preparando o terreno para conquistar avanços significativos nos próximos anos.
A Cartos está sempre atenta às perspectivas econômicas do Brasil e do mundo para trazer a você as informações mais atuais e relevantes.
Fontes
https://www.worldbank.org/pt/country/brazil/overview
https://www.estadao.com.br/economia/brasil-nona-maior-economia-mundo-pib-fmi-previsao-nprei/
https://www.estadao.com.br/economia/brasil-fmi-relatorio-contas-azul-2025-nprei/