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Quais são as perspectivas econômicas para o segundo semestre de 2022?

December 8, 2022tempo de Leitura: 3 min

O ano de 2022 começou com um acontecimento inesperado, a guerra entre Rússia e Ucrânia iniciada no fim de fevereiro e ainda vigente, impactando fortemente as economias ao redor do mundo. Infelizmente, ela continuará influenciando no segundo semestre, especialmente na Europa e na Ásia Central. Para o Fundo Monetário Internacional (FMI) o crescimento global deve desacelerar de 6,1%, estimativa feita em 2021, para 3,6% neste ano e no próximo.

O Brasil não ficou ileso economicamente, por conta da guerra e outros motivos. Tanto que a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), no relatório de perspectivas econômicas divulgado em junho, reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,4% para 0,6%. Para 2023, a previsão caiu de 2,1% para 1,2%.

Fatores como inflação alta, a guerra e a ameaça crescente de o país ficar sem fertilizantes, a lenta recuperação do emprego e da renda da população, além das incertezas em decorrência das eleições deste ano, contribuem para a desaceleração da economia nos próximos meses. Esses dados foram passados pelo grupo consultivo macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), formado por 24 economistas-chefes de instituições do setor financeiro. A expectativa é que o Banco Central mantenha a taxa de juros alta por mais tempo, em torno de 13,5%.

O grupo havia estimado mais um aumento de 0,50 ponto da taxa Selic, em junho, e outro de 0,25, em agosto, encerrando dezembro em 13,5%. Como não houve consenso em relação ao patamar da taxa para o final deste ano, a mínima e a máxima apuradas são: 13,25% e 14,25%, respectivamente. Com essa taxa, os juros internos também se elevam.

Diante deste cenário, os principais reflexos são:

  • Crédito mais difícil - os bancos e instituições financeiras devem ser ainda mais criteriosos na concessão de crédito, encarecendo-o.
  • Aumento da antecipação de recebíveis - esta operação, muito comum no mercado, deve ser um recurso a mais para as empresas que precisam investir e não encontram crédito acessível.
  • Cenário internacional delicado - a guerra na Ucrânia tem afetado todas as economias, aumentando a inflação, mas as maiores dificuldades e impactos serão sentidos pelos países europeus e pelas nações dependentes de insumos da Rússia.
  • Ambiente de incerteza - no Brasil, como o ano é de eleições para presidente, governador e deputados, a mudança no cenário aumenta a incerteza dos investidores, impactando a economia.

Como diminuir os efeitos da inflação?

Aqui, sugerimos às empresas algumas medidas de gerenciamento que podem ajudar a lidar com a inflação. Entre elas estão:

  • Procure controlar mais apuradamente o preço de serviços e produtos, aumentando o produto final apenas quando for realmente necessário e de forma gradual;
  • Busque valorizar parceiros de negócios locais, que têm custos menores de transporte, impactando menos a cadeia de suprimentos;
  • Sempre que possível, ajude seus fornecedores a anteciparem recebíveis, flexibilizando datas de pagamento para que possam comprar insumos à vista e com desconto.

Apesar do cenário de incerteza, tudo indica que após a definição das eleições de 2022 teremos projeções econômicas mais certeiras para o Brasil. Além disso, acreditamos que com o trabalho constante e a busca de novas soluções, alcançaremos bons resultados.

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