Como as Fintechs conquistaram o mundo oferecendo soluções de crédito mais simples e competitivas para a população
Uma procura rápida pelo termo fintechs na internet, através da ferramenta de busca, aponta bem mais do que 1 milhão de referências. Portanto, em algum momento você também já deve ter ouvido falar delas. Mas, afinal, o que são essas empresas e qual o seu papel no mercado financeiro? Resultado da junção das palavras em inglês financial e technology, elas surgiram em 2008, quando uma séria crise econômica abalou o mundo, quebrou bancos tradicionais e afetou a confiança das pessoas nas instituições bancárias. Como consequência, essas startups foram criadas como alternativa tecnológica para promover uma relação com o dinheiro mais fácil, transparente, menos burocrática e mais acessível para o bolso do cliente, através da redução de custos operacionais.
No Brasil, elas chegaram por volta de 2011, aproveitando que muitos serviços financeiros eram de difícil acesso para a maior parte da população, justamente pelas taxas e juros elevados, além, é claro, da pouca flexibilidade e do excesso de burocracia. Mas ganharam fôlego mesmo a partir de 2014, quando foram regulamentadas no país. Desde então, conquistam mercado e clientes. No fim de 2018 eram 503. Hoje, de acordo com levantamento da consultoria Distrito Dataminer, plataforma que estuda o setor, são 742.
Especialistas acreditam que a pandemia impulsionou o crescimento dessas empresas no mundo e, especialmente, no Brasil. É que, por medo da contaminação pelo coronavírus, as pessoas não só se afastaram das agências bancárias como deixaram de fazer transações com dinheiro em espécie.
Com essa mudança de comportamento, o mundo dos pagamentos passou por transformações significativas, democratizando o sistema bancário. O mesmo levantamento feito do Distrito Dataminer revelou que as fintechs brasileiras captaram US $1,9 bilhão de dólares ao longo de 2020, mais de 70% em relação ao ano anterior.
Brasileiros estão mais bancarizados
Por aqui, as fintechs têm tido crescimento rápido – como a ferramenta de busca pode comprovar -, e atuam primordialmente em 13 setores, com destaque para serviços digitais e crédito, exemplo dos que mais cresceram. Além da pandemia ter dado um belo empurrão para a mudança de comportamento dos clientes, não dá para ignorar que o Brasil representa também um mercado potencialmente interessante.
Estudo da consultoria Americas Market Intelligence mostrou que os brasileiros sem conta em banco ou em fintechs aderiram ao sistema financeiro durante a pandemia. Foram empurrados, principalmente, pela necessidade de receber e usar o auxílio emergencial pago pelo governo. Houve redução de 75% entre os que não eram bancarizados (calcula-se que a cada três brasileiros, um não tenha conta).
O mesmo fenômeno se repetiu na América Latina, com redução de 25% entre os sem banco, em decorrência também de benefícios oferecidos para a população pelos governantes dos demais países.
Ainda no Brasil, outro fator que estimulou a corrida para os meios digitais, sem dúvida, foi a criação do Pix, sistema de pagamento desenvolvido pelo Banco Central (BC) para transferir recursos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia, de forma prática, rápida, segura e gratuita. E impulsionou até quem torcia o nariz para os canais digitais, passando a enxergar com outros olhos esse mercado.
Confira as principais vantagens das fintechs para os clientes:
- Facilidade de aprovação e criação de conta corrente digital;
- Possibilidade de resolver qualquer problema ou dúvida on-line;
- Redução de custos, proporcionando menores taxas ou até isenção de cobrança para manter a conta corrente digital e existência de programas de fidelidade para redução de taxas no cartão de crédito, conforme o uso;
- Facilidade para controlar toda a movimentação da conta e do cartão pelos canais digitais, com o aplicativo;
- Cobrança mais baixa de juros e prazos mais alongados para obter empréstimos.
- Investimento em tecnologia capaz de captar dados do cliente rapidamente para analisar e executar operações em segundos, com segurança.
Também as empresas se beneficiam com:
- Menos burocracia e taxas para abrir uma conta PJ e isso é especialmente importante para quem é microempreendedor individual (MEI) ou autônomo;
- Atendimento fácil e rápido pelos canais digitais;
- Tarifas reduzidas para emitir boletos, fazer transferências e pagamentos, além de juros mais baixos para concessão de crédito;
- Tecnologia que consegue mapear a forma como o cliente se relaciona com a instituição e oferecer produtos e serviços sob medida.
Embora representem uma alternativa prática para entrar no sistema financeiro, é importante alertar que sempre é bom tomar alguns cuidados de praxe ao escolher a Fintech. O principal é pesquisar bastante, avaliando tempo e experiência de mercado, reputação, solidez, tempo de resposta aos clientes e, claro, os índices de reclamação nos sites voltados para isso.
Fontes: Distrito (http://distrito.me/panorama-fintechs), BCB (http://bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/fintechs), Exame (http://exame.com/future-of-money/especialistas-mostram-otimismo-para-o-futuro-das-fintechs-no-brasil/