Como já adiantamos em nossas redes sociais e também aqui no Blog da Cartos, a Tokenização de Ativos é uma das maiores tendências atuais do mercado financeiro mundial.

De olho nessa onda de transações financeiras com ativos digitais, grande parte dos bancos centrais ao redor do mundo estão estudando, explorando ou testando sistemas para emitir a própria Moeda Digital de Banco Central, ou CBDC (“Central Bank Digital Currency”, em inglês).

Em sintonia com esse movimento internacional, o Banco Central do Brasil já está implementando o piloto do Drex, a Moeda Digital Brasileira, para realizar os testes necessários antes do seu lançamento. Confira a seguir alguns de seus benefícios e características.

Qual é a diferença entre uma CBDC (Moeda Digital de Banco Central) e uma criptomoeda?

Diferentemente das criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, que são descentralizadas, ou seja, não possuem uma autoridade central reguladora, a CBDC é uma forma de dinheiro digital emitida, operada e regulamentada diretamente pelo governo e pelo banco central de um país. Por isso, ela é chamada de Moeda Digital de Banco Central.

Histórico e Lançamento do Drex

Desde agosto de 2020, o Banco Central do Brasil vem estudando a emissão da moeda brasileira em formato digital. Em maio de 2021, o BC divulgou as diretrizes para o desenvolvimento do Real Digital, o nome original dessa moeda.

Agora ela se chama Drex e, em julho deste ano, o BC já começou a incorporar instituições de diversos segmentos financeiros como participantes do Piloto Drex, a fase de testes para operações com a moeda digital brasileira.

O BC prevê que a fase de testes termine em maio de 2024 e que o Drex esteja efetivamente disponível para os brasileiros no final de 2024 ou início de 2025.

Quais são os benefícios do Drex?

O Banco Central está desenvolvendo o Drex com a intenção de democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimentos e seguros e trazer mais segurança e praticidade para transações contratuais e financeiras.

O Drex permitirá que os contratos sejam mais inteligentes, isto é, que os protocolos de intermediações de compra e venda de produtos e serviços sejam feitos de forma facilitada e inovadora, e também que novos tipos de produtos e serviços financeiros digitais sejam criados e que mais pessoas tenham acesso a eles.

Como o Drex irá funcionar?

O Drex será a representação em formato digital do real que utilizamos em nosso dia a dia: R$1 será equivalente a 1 Drex.

Ele existirá em ambiente digital, dentro da Plataforma Drex, que é onde ocorrerão todas as transações e a oferta de produtos e serviços financeiros.

O público terá acesso à plataforma por meio de seus bancos e Instituições Financeiras. E, para isso, será preciso ter vinculada a eles uma carteira de ativos digitais.

Ativos digitais, também conhecidos como tokens, são as representações no mundo virtual dos ativos existentes no mundo real, como veículos e imóveis.

Todas as negociações que acontecerem dentro da Plataforma Drex envolverão ativos que tenham obrigatoriamente uma representação em formato digital.

Acompanhe o exemplo de uma negociação de um ativo digital (token) dentro da Plataforma Drex:

1 . O Comprador solicita ao seu banco a compra de um imóvel (que já deve estar em formato digital, isto é, já deve ser um token);

2 . O banco utiliza o saldo em Drex da carteira de ativos do Comprador para fazer a negociação. Caso necessário, o banco poderá inclusive converter o saldo em reais para o formato Drex para que seu cliente realize a compra;

3 . Ao mesmo tempo, acontecem os seguintes passos:

• Um contrato inteligente verifica se as condições contratuais foram atendidas;

• O banco transfere o saldo em Drex da carteira de ativos digitais do Comprador para a carteira de ativos digitais do Vendedor (não importa se forem bancos diferentes ou o mesmo banco, a dinâmica é igual);

• O Comprador recebe a escritura do imóvel (token).

A verificação do contrato, o pagamento e a entrega do produto ou serviço adquirido acontecem de forma simultânea, no que o Banco Central chama de “liquidação atômica”.

Isso significa que o Drex trará mais rapidez, praticidade, redução de custos e de prejuízos para as transações financeiras e contratuais.

O contrato só é concluído se o pagamento e a entrega acontecerem ao mesmo tempo. Se uma das partes falhar, o dinheiro e o produto ou serviço voltam para seus respectivos donos.

Será possível fazer pagamentos e transferências com o Drex?

Sim, o Drex contará inclusive com o Pix como meio de pagamento para liquidar transações com ativos digitais, mas sua principal vantagem será a oferta de produtos e serviços financeiros (como crédito, investimento, seguros, serviços inteligentes etc.) por meio de uma plataforma segura.

Qual será o custo do Drex para o usuário?

As operações dentro da Plataforma Drex deverão ser cobradas pelos bancos, assim como acontece atualmente com serviços e produtos, como crédito, investimentos e seguros.

Entretanto, a expectativa do Banco Central é de que esses custos sejam menores, já que o ambiente é mais eficiente e permitirá a entrada de novas Instituições Financeiras.

O Drex terá algum impacto na emissão de dinheiro físico?

Segundo o Banco Central, a princípio, a implantação do Drex não deve ter grande impacto na demanda de dinheiro físico.

O BC reitera que o principal objetivo do Drex é facilitar o acesso da população a serviços financeiros inteligentes dentro da Plataforma Drex, que é um sistema seguro e eficiente.

De acordo com o Ranking de Onboarding 2022, da Idwall, no ano passado, 45,45% dos brasileiros já utilizam uma Instituição Financeira digital como sua principal Instituição Financeira. Com a chegada do Drex, essa relação deve se estreitar ainda mais, já que não só as transações serão digitais, mas também a própria moeda.

Para os Bancos e Instituições Financeiras Digitais, o Drex será uma excelente oportunidade de desenvolver produtos e serviços inteligentes e oferecer cada vez mais comodidade e praticidade aos seus usuários.

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