O que é a bioeconomia e como vai afetar a vida e os negócios?
Se você ainda não ouviu falar da bioeconomia, com certeza vai escutar em breve. Tudo porque é essa a área que atualmente mais desperta a atenção ao tratar do consumo consciente e do desenvolvimento sustentável. Se antes o uso intensivo da água, do solo e das florestas era visto como instrumentos para dar conforto e lucro, agora sua preservação é indispensável para manter a vida no planeta.
O conceito surgiu há meio século a partir da observação da produção de materiais, processo que usa muita energia. Por isso, a bioeconomia defende que uma tecnologia para ser viável precisa se manter sem reduzir ou acabar com os recursos não renováveis, como o petróleo e o gás natural.
Nessa linha, seu principal objetivo é divulgar o uso de produtos de base biológica para substituir na produção tradicional todos os insumos que não respeitam os ecossistemas. Portanto, energia limpa, produtos biodegradáveis e alimentos funcionais são algumas categorias que seguem a proposta da bioeconomia.
A Comissão Europeia estabeleceu a bioeconomia como uma estratégia a ser alcançada nos próximos anos no continente para chegar a uma economia inovadora.
As 3 principais vantagens da bioeconomia são:
- Combate o aquecimento global – com o uso de insumos biológicos em uma produção que respeita o meio ambiente, menos gases poluentes são lançados na atmosfera, reduzindo o efeito estufa e o aquecimento global.
- Democratiza o acesso à energia e a fontes limpas – aproximadamente 800 milhões de pessoas vivem no mundo sem energia elétrica. Pensar em um planeta mais sustentável significa olhar para as necessidades de quem precisa, permitindo o acesso amplo a fontes renováveis.
- Preserva a natureza – flora e fauna são tratadas com mais respeito e cuidado, pensando não na sua exploração pelo lucro, mas de forma sustentável na sua preservação.
E o papel do Brasil nesse contexto?
O Brasil apresenta um enorme potencial, graças à abundância de recursos naturais e à sua vocação de estudar fontes renováveis. O passo inicial em direção à bioeconomia, embora na época não fosse conhecida com esse nome, foi dado na década de 1970, quando surgiu o Proálcool, para reduzir a dependência do país da gasolina e derivados de petróleo.
Nos últimos anos, as pesquisas no país não avançaram muito. Mesmo assim, o Brasil apresenta um grande potencial na área por sua biodiversidade, especialmente entre os empreendedores.
É que a bioeconomia tem potencial para criar um ecossistema de inovação e impacto ao estimular negócios com foco em um futuro mais sustentável. Bons exemplos não faltam, como o da Integra Bioprocessos, que converte resíduos da indústria de biodiesel em bioplástico, e a Raízen, que produz etanol a partir do bagaço da cana-de-açúcar, em processos que respeitam o meio ambiente.