PIB em alta e economia aquecida são promessas para os próximos meses
Especialistas do mercado são unânimes em afirmar que a expectativa é pelo aquecimento da economia no segundo semestre deste ano. Previsões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apontam a possibilidade de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 3,7%.
Depois de seis meses de ritmo lento na vacinação e agravamento da pandemia, com aumento das medidas de isolamento social por conta da alta taxa de transmissão da Covid-19, o otimismo agora é pela chegada de mais vacinas e da aceleração no número de imunizados. Com a pandemia sob controle, a população se sentirá mais confiante para retomar as atividades - mesmo dentro do que se convencionou chamar de "novo normal".
Quem mais aguarda a retomada são as empresas, funcionários e fornecedores do setor de serviços, responsável pela maior parte das riquezas produzidas no país. Um dos mais afetados, fechou 2020 com queda de quase 8%. Agora, será um dos mais beneficiados com o avanço do programa de vacinação.
O único freio para os planos de decolagem da economia pode ser a chegada da variante indiana ao país. Considerada mais contagiosa do que as anteriores, pode estimular o surgimento de novas medidas de restrição e isolamento se o número de infectados voltar a subir por conta de quem não completou o ciclo de imunização (caso de quem tomou vacinas de duas doses).
Impactos da pandemia
No ano passado, a economia brasileira despencou 4,1% em decorrência das medidas restritivas por conta da pandemia. A queda só não foi maior porque o auxílio emergencial injetou R$ 293 bilhões e estimulou o consumo de itens essenciais, especialmente na alimentação. Levantamento do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), da Universidade de São Paulo (FEA/USP), mostrou que o tombo do PIB poderia ter sido de 8,4% a 14,8%, não fosse esse benefício.
Mais auxílio emergencial
Com a nova rodada deste ano, que termina em julho, o Governo Federal investiu o equivalente a R$ 44 bilhões. Em 6 de julho, o governo prorrogou o auxílio emergencial por mais três meses, com as mesmas bases.Caso se repita a tendência do ano anterior com relação ao comportamento do consumidor, a expectativa é que os beneficiários usem esse dinheiro para comprar alimentos (53%), pagar contas (25%), quitar despesas da casa (16%) e comprar remédios (1%). A promessa de uma nova rodada deauxílio emergencial, ainda a ser definida (não se sabe se realmente será paga, em que condições e quando), pode, sim, injetar mais recursos na economia.
Hoje, no entanto, o que tem promovido esse otimismo são os investimentos feitos em novos projetos e na área de infraestrutura. Tanto que o crescimento registrado no primeiro trimestre foi da ordem de 17% - 4,6% maior do que o trimestre anterior.
De qualquer forma, os especialistas, mais uma vez, acreditam até em uma recuperação mais expressiva, em torno de 5%. Mas isso pode ocorrer, é claro, se a pandemia realmente for controlada no país e o ritmo de vacinação continuar se intensificando e avançar rapidamente sobre as faixas emque estão os brasileiros economicamente ativos. E, claro, se não houver influências externas que impactem o Brasil.
No caso do setor de serviços, a retomada só será possível se a vacinação em massa conitnuar em ritmo acelarado, como está acontecendo agora no Brasil e ocorreu em outros países. Dessa forma, as pessoas se sentirão confiantes novamente para retomar atividades presenciais, como já acontece em outros países, a exemplo dos Estados Unidos - que imunizou com as duas doses 50% de seus habitantes e viu o número de mortos despencar.
Imunizadas e mais seguras, veremos as pessoas retomarem hábitos e o consumo de produtos que, por mais de um ano, tiveram a demanda reprimida, a exemplo de eventos, festas e viagens. Assim, poderemos, em breve dizer: adeus, pandemia!