Uma das principais dúvidas dos consumidores e do mercado tem sido como a economia vai se comportar nos últimos meses do ano. Vários fatores influenciam essa análise, sendo que um dos principais é a temperatura política.

Crises institucionais geram instabilidade e os efeitos se refletem principalmente no receio dos investidores nacionais e estrangeiros de aplicar seus recursos no país. É inegável que o Brasil, após a expectativa de retomada econômica dos primeiros meses do ano e de um ligeiro aquecimento, vive momentos de incerteza e inflação em alta.

Especialistas em finanças apostam em inflação maior, juros mais altos e PIB menor neste fim de ano e em 2022. Pelo menos, é o que tem apontado também as últimas edições do Relatório Focus, boletim semanal divulgado pelo Banco Central com os mais importantes índices econômicos.

A expectativa é fechar o ano com inflação em alta. De julho do ano passado a julho deste ano, a alta foi de 8,99%. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até o final deste ano pulou de 7,27% para 7,58% e continua em elevação. Em abril, a expectativa era ficar em torno de 4,81%. Além disso, a taxa Selic tem previsão de fechar o ano em 7,50%, de acordo com o último relatório Focus.

Outro ponto a destacar é a crise hídrica, que gerou um impacto no preço da bandeira e levou à criação da tarifa de escassez, com valor adicional de R$14,20 para cada 100 kWh (quilowatts-hora).

Impactos esperados

Na expectativa para o desempenho da atividade econômica brasileira, houve redução na estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, de 5,22% para 5,15%. Para 2022, o Focus também diminuiu a estimativa de expansão e alta do PIB, de 2,00% para 1,93%.

Os economistas do Bacen esperam o dólar negociado a R$ 5,17 em dezembro, acima dos R$ 5,15 esperados no último Focus. Ao fim de 2022, a projeção é de R$ 5,20 por dólar.

Diante do cenário político e econômico atual, é gerado um clima de tensão e instabilidade que estimula os investidores a agirem com cautela. Então, os economistas até acreditam em uma retomada tímida, mas é necessário ficar atento a questões como o processo inflacionário e o cenário eleitoral.

Fonte: Relatório Focus, do BC